Papa Francisco e as cervejas monásticas
Tem circulado pela internet uma falsa notícia de que o Papa Francisco estaria proibindo as comunidades monásticas, mais especificamente monastérios trapistas e beneditinos em geral, de "produzir" cervejas. Isso não é verdade. O Papa fez uma declaração onde enfatiza que a produção de cervejas, bem como outros produtos feitos nos monastérios como queijos, pães, geleias, sabonetes, licores etc, mantivessem seu escopo principal, que seja, produtos cujo objetivo é servir para angariar recursos destinados à manutenção do monastério.

Cabe aqui resgatar o propósito da manufatura de produtos nessas ordens religiosas. Os monges seguem algumas regras severas como o voto do silêncio, clausura e castidade. Obedecem também o fundamento "ora et labora", ou seja, orar e trabalhar. Um dos trabalhos desses servos de Deus é justamente a manufatura de produtos que sirvam para a subsistência de seu mosteiro, dentre eles as cervejas. Sabemos que o universo cervejeiro deve muito a esses religiosos. Não fossem os monges, provavelmente as ales não teriam evoluído, ou até mesmo subsistido, quando as lagers começaram a se proliferar pela Europa, principalmente após 1842 com a criação das Pilseners - pelas mãos do mestre cervejeiro Josef Groll, o criador da Pilsner Urqüell - hoje o estilo mais produzido e fabricado no mundo.

Voltando ao pronunciamento do Sumo Pontífice, que diga-se de passagem tem enorme semelhança ao frade que ilustra os rótulos da Franziskaner, como vocês poderão ver logo abaixo, em minha interpretação, não passa de um alerta para que se preservem os princípios que sempre balizaram a produção de quaisquer produtos dentro dos monastérios.

Não há. portanto, o que temer, pelo menos não de imediato, quanto à produção das maravilhosas cervejas de abadia, principalmente as Trapistas. Só espero que os "atravessadores" não venham se aproveitar da declaração papal para inflacionar os preços das, já não muito acessíveis, pelo menos não por aqui na terra brasilis, cervejas originárias desses monastérios.
Até a semana
Luiz Caropreso
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